40 semanas, ansiedade a mil e nervos a flor da pele.
Comecei a ter muitas contrações, que com os dias foram
ficando cada vez mais intensas e ritmadas. Começaram numa terça feira a noite.
Na quarta-feira fomos para a Perinatal de manhã a pedido do médico para fazer
uns exames para checar os batimentos cardíacos do bebê e medir a quantidade de
liquido aminiótico. Dependendo do resultado teríamos que fazer uma cesariana.
Mas não foi o caso. Voltamos para casa.
Na sexta-feira fomos ao médico. As contrações estavam cada
vez mais intensas, porém não tinha dilatação nenhuma. Segundo o médico, pelo
curso normal dos acontecimentos, em mais ou menos 24hs eu deveria entrar em
trabalho de parto.
Avisamos a família, fomos para casa. Resolvi resolver as
ultimas coisas, ir ao mercado, enfim, não ficar em casa sentada esperando. O
médico me mandou bater perna. E lá fui eu. Mas, nada.
Sábado, domingo, cada vez mais contrações, com intervalos de
10 minutos, muita ansiedade e nada.
Na segunda-feira fomos novamente ao médico. Continuava sem dilatação. A essa
altura, eu já estava exausta, sem dormir, ansiosa, mal humorada. O médico me
deu duas opções: esperar até sexta-feira quando completaria 41 semanas ou
internar na manhã seguinte e induzir o parto normal.
Optei pela segunda opção. Desde o início da gravidez queria
um parto normal. Pelo histórico das minhas amigas de recuperação, pelo horror
que tenho a cirurgias e afins, pela experiência...
Internamos na Perinatal as 8 da manhã de terça-feira. As
nove já estava a caminho da sala de pré parto.
Funciona assim; ficamos eu, meu marido, meu obstetra, o
anestesista, a instrumentadora (e amiga/nutricionista) e uma auxiliar de parto em um quarto chamado sala
de pré parto. Lá coloquei a anestesia, radiquiana. Arde um pouco para colocar,
mas totalmente suportável. A sensação é engraçada. As pernas formigam um pouco,
a barriga coça, mas você não sente praticamente as contrações. Colocam dois aparelhos
na minha barriga para medir os batimentos cardíacos do bebê e meus. E começam a
aplicar um hormônio para induzir a dilatação. O processo é bem demorado. Não doi
absolutamente nada, mas requer uma enorme paciência. Nossa e dos médicos. E
claro, da família que a essa altura já estava toda reunida no quarto quase
morrendo de ansiedade e não entendendo tanta demora!
Ficamos de 10 da manhã até as 2 da tarde para obter 4 cm de dilatação. Com quase 5cm a bolsa rompeu (levamos um
susto enorme, mais pelo barulho do que qualquer outra coisa) e a partir dai foi
bem mais rápido. As 16:20 já estava com quase 10cm de dilatação. Nesse momento,
comecei a treinar o que deveria fazer na sala de parto, que nada mais é do que
fazer muita força para empurrar o bebê para fora. É difícil se concentrar para
concentrar a força em um lugar só. A força tem que ser feita no exato momento
das contrações. O médico vai dizendo quando já que estamos sentindo as contrações
bem de leve, sem dor alguma. As 16:30hs entramos na sala de parto. Nesse
momento entra também a pediatra para acompanhar o nascimento.
As 16:51hs Maria Isabel nasceu. Linda e com muita saúde.
Pode parecer piegas, mas tudo o que me falavam e eu não conseguia acreditar é a
mais pura verdade. A emoção que se sente ao ver seu filho pela primeira vez é indescritível.
Chorei feito um bebê. Aliás, chorei tudo o que a pequena não chorou. É uma onda
de felicidade irracional. E o mais incrível, não sentir dor alguma.
Sempre imaginei
partos iguais aos de novela. Aquela gritaria, um sofrimento, uma dor. Não tive
nada disso. Foi espetacular. Claro que a equipe que estava comigo foi
sensacional e conduziram tudo com maestria. Fizeram esse momento ser incrível como
deve ser.
Recomendo à todas essa experiência.
Se algum dia tiver outro filho, com certeza será de parto normal.